quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

De volta ao batente ... com a graça de Deus

RETORNO Somente depois de ter andado por terras estranhas / É que pude reconhecer a beleza da minha morada. / A ausëncia mensura o tamanho do local perdido / Evidencia o que antes estava oculto, por força do costume. / Olhei minha mãe como se fosse a primeira vez, / Olhei como se eu voltasse a ser criança pequena / A descobrir-lhe as feições tão maternas. / Abri o portão principal como quem abria / Um cofre que resguardava valores incomensuráveis. / As vozes de todos os dias estavam reinauguradas. / Realizar a proeza de ser gerado de novo. / Suas mãos sobre os meus cabelos pareciam devolver-me / A mim mesmo. / Mãos com poder de sutura existencial... / Era como se o gesto possuísse voz, capaz de dizer: / Dorme meus filho, porque enquanto vocë dormir / Eu lhe farei de novo. / Dorme meu filho, dorme... / (Pe. Fábio de Melo)